Areia
Suor
Sentido
Ausência
Passo a passo, buscando a sombra
O sol já não mais ajuda
Olho por olho, a cegueira me assombra
Cicatrizes de uma luta injusta
Sementes mortas
Enterradas no exagero
Caprichos sem justiça
Insensatez nas entrelinhas
Todas as paisagens
Distorcidas pelo extremo calor
Monocromaticamente
Desvendando as esferas do horror
Questiono o motivo da peregrinação
Descalço e fraco o ego desaba
Lágrimas não matam a sede
Acendi uma vela ao passado
Saudando Deus e o Diabo
Objetivamente deserto do real
Tão certo e sisudo, fingindo o futuro
Forjando rotinas nas retinas
Aprendendo a ser eu em mim mesmo
Esqueci de curar as feridas
E com tantas falhas na vida
Só quero o avesso do avesso
Qualquer alteração no padrão
Na fé
No raciocínio
Na ilusão
Descompasso
Desandado
Descoberto
E revelado
Qualquer alteração no padrão
Na fé
No raciocínio
Na ilusão
Descompasso
Desandado
Descoberto
E revelado
Sugo a natureza e as mentes do passado
Julgo a veracidade de minha existência
Memórias me mentem, me enganam e me traem
Coletivo ritual
Confirma ou cancela
Individual pelo coletivo
Assim se espera
De cada cela
Genes sem rumo
E no fim da viagem
Surge a sombra do oasis
Sempre tão perto
Mas atrás da visão de mim
No centro de tudo mato a sede enfim
Aprimorando o presente
Eu deserto
Tu desertas
Ele deserta do real
Nós desertamos do real
Vós desertais do real
Eles desertam do real