Sou sombra que passa, sou sopro que vai
Sou corpo que falha, mas Tua graça não cai
No vale da morte, minha alma se perde
Mas Tua presença me cerca e me mede
Chorei no silêncio, temi no escuro
Gritei por socorro, frágil, inseguro
Mas ouço Teu nome, tão forte, tão terno
Me chama das cinzas e aponta o Eterno
O céu se fechou, o chão se partiu
Meu peito afundou, mas Teu amor não sumiu
Na cruz vejo a prova, no sangue, a razão
Não sou condenado, sou nova criação
Quem pode acusar, se és meu defensor?
Quem pode afastar-me do Teu puro amor?
Nem vida, nem morte, nem dor ou traição
Vencem Tua graça, selada em meu coração
E sigo, cansado, com passos pequenos
Mas olho pra frente, nos olhos serenos
D’Aquele que um dia voltou a viver
E disse ao meu medo: Jamais vou te perder