Era julho outra vez
E a ferida continuava aberta
Intacta, como esteve desde o início
Era julho outra vez
E o seu presente não viera
Aflita, se deixou levar por isso
Quem ensinaria corretamente
O que fazer com o vazio que haviam deixado?
E quem a faria entender que
Para cada cicatriz há um aprendizado?
Julho não era tão frio
Quando costumavam a ser livres
Nos tempos antes de estourar a guerra
Mas agora o clima é cinza
Nos nossos campos vazios
E ele, nas trincheiras sem ela
Quem ensinaria corretamente
O que fazer com o vazio que haviam deixado?
E quem a faria entender que
Para cada cicatriz há um aprendizado?
E ela espera a cada julho
Apesar das notícias
Até ver o Sol de sua janela raiar
E a cada julho ela espera
Sua única amiga, esperança
Eles não descobriram como matar
Julho se foi e ela finalmente o viu
Nomes, folhas, flores
Os 943 de 1945
Não havia como ensinar corretamente
O que fazer com o vazio que haviam deixado
Nem quem a fizesse entender que
Para cada cicatriz há um aprendizado