Seu dotô me dê licença
Pra minha história contá
Pois eu vim de uma terra estranha
E é bem triste o meu pená
Mas já fui muito feliz
Vivendo no meu lugá
Eu tinha cavalo bom
Gostava de campeá
Toda tarde aboiava
Na porteira do currá
A dor da gente é dor de menino acanhado
Menino-bezerro pisado
No curral do mundo a penar
Que salta aos olhos, embala um gemido calado
A sombra do mal-assombrado
É a dor de nem poder chorar
A dor da gente é dor de menino acanhado
Menino-bezerro pisado
No curral do mundo a penar
Que salta aos olhos, embala um gemido calado
A sombra do mal-assombrado
É a dor de nem poder chorar
Eu vou pra Lua
Mamãe eu vou morar lá
Sair no meu Sputnik
Do Campo do Jiquiá
Eu vou pra Lua
Eu vou morar lá
Sair no meu Sputnik
Do Campo do Jiquiá
Convidei a comadre Sebastiana
Pra dançar um xaxado na Paraíba
Ela veio com uma dança diferente
Pulava que só uma guariba
Ela veio com uma dança diferente
Pulava que só uma guariba
E gritava: A-e-i-o-u-ipsilone
E gritava: A-e-i-o-u-ipsilone
Já cansado no meio da brincadeira
E dançando fora do compasso
Eu peguei Sebastiana pelo braço
Gritei, não faça sujeira
O xaxado esquentou na gafieira
E Sebastiana não deu mais fracasso
E gritava: A-e-i-o-u-ipsilone
E gritava: A-e-i-o-u-ipsilone
A ema gemeu
No tronco do juremá
A ema gemeu
No tronco do juremá
Foi um sinal bem triste, morena
Fiquei a imaginar
Será que é o nosso amor
Que vai se acabar?
Você bem sabe
Que a ema quando canta
Vem trazendo no seu canto
Um bocado de azar
Eu tenho medo
Moreninha, eu tenho medo
Meu benzinho, é muito cedo
Nosso amor se acabar
Vem morena (vem, vem, vem)
Me beijar (me beijar)
Dá um um beijo (dá um beijo)
Pra esse medo (se acabar)
Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (a massa)
Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa)
A massa que eu pago é que passa fome mãe (a massa)
A massa que amassa a mandioca mãe (a massa)
Lelé, meu amor, Lelé
(Lelé, meu amor, Lelé)
No cabo da minha enxada não conheço coroné
No cabo da minha enxada não conheço coroné
Eu quero, mas não quero (camarão)
Mulher minha na função (camarão)
Que tá livre de um abraço (camarão)
Só num da-lhe um beliscão! (Camarão)
Torna a repetir, meu amor (ai, ai, ai!)
Mas torna a repetir, meu amor (ai, ai, ai!)
O guarda civil não quer a roupa no quarador
O guarda civil não quer a roupa no quarador
Meu Deus onde vai parar, parar essa massa
Meu Deus onde vai rolar, rolar essa massa
Meu Deus onde vai parar, parar essa massa
Meu Deus onde vai rolar, rolar essa massa
Meu Deus onde vai parar, parar essa massa
Meu Deus onde vai rolar, rolar essa massa