O dia nasce, café na mesa
Vejo meu rosto no vidro da janela
Tantos risos guardados na pele
Você me pergunta sobre ontem à noite
Falam das marcas que o tempo desenha
Quer saber de conta, boletos, futuro
Mas guardo desenhos antigos nos bolsos
Rindo por dentro das coisas pequenas
Difícil explicar pra você
Tudo segue mudando aqui fora
Mas cá dentro, ninguém percebe
Ainda corro pelo quintal
Vendo o mundo se apressar
Reparo em mim pela primeira vez
Você sorri e diz que já passou da hora
Eu esqueço do tempo e danço sem ninguém ver
Nada mudou pra valer
Leva tempo pra aceitar
O espelho mente, pode olhar
A criança insiste em ficar
Eu fico aqui, bagunçando a rotina
Mãos sujas de pão e vontade antiga
Vem comigo só mais um turno
Deixa os ponteiros cansar