Dizem por aí, com a certeza dos tolos
Que a humildade é o chão de quem não soube voar
Confundem o silêncio com a falta de coragem
E a paz no olhar com uma vida de estragos
Mas não sabem da guerra que se trava no peito
A mais dura de todas, sem plateia e sem juiz
A coragem de olhar pro próprio porão escuro
E encontrar em si a sua cicatriz
O mais forte que caminha nesse chão
Não tem coroa, nem ouro na mão
É o humilde de alma e coração
Que encarou a si mesmo na escuridão!
Enquanto o dedo aponta, perdido na ilusão
O verdadeiro forte encontrou o seu perdão
Vejo os arrogantes em seus tronos de ilusão
Com o peito estufado, donos da opinião
Apontam o cisco no olho do seu irmão
Pra disfarçar o pânico da própria solidão
O espelho é um monstro que não ousam encarar
É mais fácil pra fora toda a culpa jogar
A armadura é pesada, mas eles vão usando
Com medo de mostrar a alma que está sangrando
O mais forte que caminha nesse chão
Não tem coroa, nem ouro na mão
É o humilde de alma e coração
Que encarou a si mesmo na escuridão!
Enquanto o dedo aponta, perdido na ilusão
O verdadeiro forte encontrou o seu perdão
E o mundo te empurrou, te jogou no vendaval
Mas sua alma guerreira não se entregou pro mal
E Deus, lá do infinito, com seu imenso amor
Se orgulha de quem luta e floresce em meio à dor
E se entristece por quem tem o prato e o assento
E ainda vive do raso e pobre julgamento
Com medo de enxergar, no fundo do espelho seu
Que o monstro que ele aponta é um reflexo seu
O mais forte que caminha nesse chão!
Não tem coroa, nem ouro na mão!
É o humilde de alma e coração!
Que sobreviveu à própria escuridão!
Enquanto o dedo aponta, perdido na ilusão
O coração de um guerreiro encontrou a direção