No silêncio das ruas, moram muros invisíveis
Pessoas se olham sem se ver
Falam de amor sem sentir
Pregam fé, mas temem o espelho
E assim seguimos
Cada um do seu lado da alma
Como se o outro fosse mar
E nós, a areia que não quer tocar
E se o mar invadisse a cidade
E as ondas levassem o chão
Será que ele chamaria um nome
Com a fé nas mãos e o medo no coração?
Na hora em que a vida despir o orgulho
Restaria só o irmão
Somos o mesmo pó, a mesma corrente
Só divididos pela mente
E se o mar invadisse a cidade
E o mundo voltasse ao chão
Talvez o amor fosse o barco
E o perdão, a salvação
Na hora em que a alma despir a vaidade
Restaria só o irmão
Do outro lado da rua
Talvez more só o medo
Mas se vier a onda
O medo e o homem
Serão um só