Um pastorinho só está penando
Privado de prazer e de contento
Posto na pastorinha o pensamento
Seu peito, de amor ferido
Não chora por tê-lo o amor chagado
Que não lhe dói o ver-se assim doído
Embora o coração esteja ferido
Mas chora por pensar que é esquecido
Que só o pensar que está esquecido
Por sua bela pastora
É dor tamanha
Que se deixa maltratar em terra estranha
Seu peito, por amor
Mui dolorido
E disse o pastorinho: Ai, desditado!
De quem, do meu amor
Se faz ausente
E não quer gozar de mim presente
Seu peito, por amor tão magoado
Passando o tempo em árvores
Subido ali, seus belos braços alargou
E preso a eles, o pastor ali ficou
Seu peito, por amor
Mui dolorido
Passando o tempo em árvores
Subido ali, seus belos braços alargou
E preso a eles, o pastor ali ficou
Seu peito, por amor
Mui dolorido