Meninos latinos paridos sem teto
Sem trato, sem tino famintos de afeto
Piratas da vida, heróis vagabundos
Sem ida, nem vinda perdidos no mundo
Que pena tão jovens já órfãs de trato
Lavando automóveis, polindo sapatos
Batendo carteiras, roubando maçã
Passando rasteira no próprio amanhã
São craques da bola de olhos tristonho
Sentem na cola um cheiro de sonho
Sentem na cola um cheiro de sonho
Mas pobres garotos por fatalidade
São simples aborto da mãe sociedade
São simples aborto da mãe sociedade