Os caminhos eram só marcas na terra
E a poeira levantava ao compasso da tropa
O sol ardia no chapéu e na lida
Mas a gente carregava no peito a alma tão viva
Não havia pressa, só o tempo da lua
Que guiava as noites sob o céu tão puro
Cantando histórias na beira da fogueira
O som do berrante era a nossa fronteira
Era o campo nosso templo e morada
Com as estrelas bordando a madrugada
O aroma do café no fogo de chão
E o canto do vento soprando emoção
Os sinueiros desenhavam o caminho
Cada passo era marcado com carinho
E o gado ia seguindo em harmonia
Era vida dura, mas cheia de poesia
Hoje o progresso apagou essas pegadas
Pontes e máquinas cruzaram as estradas
Mas no peito ainda vive a tradição
Do velho tempo guardado em canção