O mundo parecia ser menor
Sem as correntes nas telas
A liberdade era uma nobre virgem
Trancando as nossas celas
O mundo era mais verdadeiro
Quando não se tinha novidade
Uma farmácia por rua
Não diminui a insanidade
Uma igreja a cada esquina
Tem formado infiéis
Uma escola em cada bairro
Multiplicando os cruéis
O que estamos fazendo?
Pra onde estamos indo?
O que estamos nos tornando?
Por que estamos sorrindo?
Onde foi parar
Você
Olhe aí dentro
É possível que ainda encontre
Você
Ninguém irá lembrar
Não importa quanto tempo
Está condenado a viver
Você
Estamos presos
Em nome da lei do saber
Estamos presos em nós mesmos
Cultuando o prazer
Deuses de si mesmos
Travestidos de retidão
Maquiados de mentira
Perfumados de podridão
Uma vida de mentira
Em um mundo de aparências
Uma era de personagens
Um remédio de doenças
O que estamos fazendo?
Pra onde estamos indo?
O que estamos nos tornando?
Por que estamos sorrindo?
Onde foi parar
Você
Olhe aí dentro
É possível que ainda encontre
Você
Ninguém irá lembrar
Não importa quanto tempo
Está condenado a viver
Você
Poetas sem rimas
Músicas sem refrão
A beleza é um pecado
No mundo da ficção
Ainda permaneço sóbrio
Mesmo embriagado de lucidez
Questionando o improvável óbvio
Quando será a minha vez
Muitos brigam por gente desconhecida
Afastam os de perto
Se aproximam dos anônimos
Bem-vindo e boa partida
Eis o mundo manicômio
O que estamos fazendo?
Pra onde estamos indo?
O que estamos nos tornando?
Por que estamos sorrindo?
Onde foi parar
Você
Olhe aí dentro
É possível que ainda encontre
Você
Ninguém irá lembrar
Não importa quanto tempo
Está condenado a viver
Você