Antes do Sol raiar, já tô de pé, pronto pra lida
Com a enxada na mão e a fé no coração, sigo a vida
A terra é meu sustento, o suor rega o chão
Mesmo que a seca castigue, não me falta razão
Vejo o milho crescer, o café perfumar o quintal
O cantar do galo é meu relógio natural
Enquanto o campo der fruto, meu sonho vai ter direção
Pois minha raiz tá fincada nesse chão
Eu não troco o cheiro da terra
Pela fumaça de algum arranha-céu
Aqui sou livre, sou parte do vento
Lá sou só mais um perdido ao léu
Pode chover, pode a seca castigar
Mas minha roça eu não vou abandonar
Pois quem nasce com o pé na enxada
Nunca se arranca, não vai se dobrar
Já me disseram que a cidade tem mais opção
Mas lá a vida é corrida, não tem tempo pro coração
Aqui o tempo respeita a batida do meu coração
E a Lua ilumina meu campo, como um velho lampião
Tem gente que sonha em brilhar em vitrines de neon
Mas o brilho da Lua reflete melhor no meu chão
Eu planto a esperança e colho o suor da missão
Pois aqui o que vale é a força da mão
Eu não troco o cheiro da terra
Pela fumaça de algum arranha-céu
Aqui sou livre, sou parte do vento
Lá sou só mais um perdido ao léu
Pode chover, pode a seca castigar
Mas minha roça eu não vou abandonar
Pois quem nasce com o pé na enxada
Nunca se arranca, não vai se dobrar
Talvez um dia a vida me faça pensar
Mas se um dia eu partir, sei que vou voltar
Pois é no campo que eu me sinto inteiro
A cidade não compra o valor verdadeiro
Eu não troco o cheiro da terra
Pela fumaça de algum arranha-céu
Aqui sou livre, sou parte do vento
Lá sou só mais um perdido ao léu
Pode chover, pode a seca castigar
Mas minha roça eu não vou abandonar
Pois quem nasce com o pé na enxada
Nunca se arranca, não vai se dobrar