Ahama, é preciso resgatar pra resistir
A chama de pindorama
Nunca há de sucumbir
De um solo sagrado, sangrado
Sou erê caboclo encantado
Vim dos acordes da flauta dos pajés
Pra evocar o instinto guardião
Do sangue ancestral das minhas veias
Que virou seiva dos troncos desse chão
Não adianta nem tentar me exterminar
Sou curumim protegido por iara
Em seus rios, vou brincar, fazer a festa
Com curupira, protetor dessa floresta
Sob os raios prateados de jaci
No firmamento estrelado de rairú
Em minha canoa adormeci
Jurupari, em um sonho me falou
Seja mais um guardião
E proteja nossa terra
Contra os que querem a destruição
Ouço o uirapuru no aracê
Moço, é preciso aprender
Que a mata cura, é só manter a raiz
Pra renascer, reflorescer
Ver nossa gente mais feliz
Abençoe a tribo Cosmos, Tupã
Nos conduza à vitória, muiraquitã
Na aldeia Brasil o futuro é ancestral
Vai ter! Vai ter!
Okê caboclo nesse carnaval!