Eu sou o tronco forte que insiste!
Ser raiz que atravessa oceanos
Resiste no canto, nasce da dor
Do choro derramado num batuque aportou
O jongo e o lundu na casa de Ciata
No Valongo, nos quilombos, minha seiva é libertar
Em cada galho uma fada e um pagodinho
Bira, Jorge e Arlindo
Herança africana a ressoar
Em tom de protesto, sou manifesto
Meus versos não se prendem à mordaça
Acorde em liberdade, floresceu comunidade
No canto que agita a massa
Nas levadas virei samba-enredo
Escolas fincaram bandeiras
No Cacique ergui meu terreiro
Santíssima trindade pioneira
Festejar virou liturgia no fundo do nosso quintal
A cada herdeiro um soneto de amor
Faz do berço imortal (imortal)
Um fiel clementiano
Não perde o compasso feliz a cantar
Com dignidade, enfrentar a tempestade
Pro show continuar
Firma o partido alto, pro pagode começar
Já mandei buscar ioiô, já mandei chamar iaiá
Banjo, viola, cavaco, repique e pandeiro
São Clemente é quintal de todo partideiro