[Intro] Am E Am Dm Am E Am
Am Dm
Seu ofício era a arte de cantar
Am
Catedrático nas aulas da natura
E
Cinturinha de abelha era a cintura
Am
Das morenas nas noites de luar
Dm
Afiou-se na pedra de amolar
Am
Mas a pedra da morte é afiada
E
Ficou o barro batido da latada
Am
Sem as marcas dos pés do dançarino
Dm
Uma vaca matou Zé Marcolino
E Am
E eu não dava José numa boiada
Dm
Bira e Fátima não param de gemer
Am
O serrote é agudo e está de prova
E
Com o tempo secou cacimba nova
Am
Nunca mais o seu dono vai encher
Dm
Quem botou Severina pra moer
Am
Foi moído na última caminhada
E
E a limpeza da sala rebocada
Am
É a cara do povo nordestino
Dm
Uma vaca matou Zé Marcolino
E Am
E eu não dava José numa boiada
Dm
Foi parceiro de Lua e gravou disco
Am
Suas músicas passeiam por aí
E
Triste pássaro carão do Cariri
Am
Que voou procurando o São Francisco
Dm
Um vem-vem voejando tão arisco
Am
Quando achou Pernambuco, fez morada
E
Outro mito pisou Serra Talhada
Am
E fez-se pó junto ao pó de Virgulino
Dm
Uma vaca matou Zé Marcolino
E Am
E eu não dava José numa boiada
Dm
Foi a vaca o motivo desse choro
Am
Sem querer nos causou tanta saudade
E
Um poeta tem mais utilidade
Am
Do que carne de vaca, leite e couro
Dm
Era filho de Sumé e valeu ouro
Am
Criatura telúrica e inspirada
E
Escreveu um poema pra estrada
Am
E sucumbiu nas estradas do destino
Dm
Uma vaca matou Zé Marcolino
E Am
E eu não dava José numa boiada