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Enquanto uma viciada em nicotina
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Teme a morte de seu feto
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Ela se esconde de uma rotina
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Onde seu braço respira inquieto

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Enquanto alguém considerado indigente pela família
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Sobrevive de carniça em alguma esquina
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É dito invisível por vários não só de Brasília
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Quem sofre calado e é deturpado pela heroína

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Enquanto se afoga jogado no chão de alguma viela
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Numa poça criada pela chuva tão escura quanto a solidão
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Imaginando borboletas e duendes vindos de uma favela
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Engorda seu vício, se rasteja numa trilha de autodestruição

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Atuando em uma soap opera de ilustração
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Independentes, quase todos se comovem numa capela
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Como se no fundo fizessem uma boa ação
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Enquanto eu ainda sofro de abstinência do aparelho dela.