A bomba que sempre uso
Não explode e não abate
Não faz estrondo – só ronca
A minha bomba de mate
Plantada num campo verde
Minifúndio de esperança
Minha bomba mata a sede
Vertical feito uma lança
Se os chefes das nações
Mateassem na mesma bomba
Riscaria os céus da terra
A paz em forma de pomba
Palavra de outro sentido
Diferente da que mata
Revigora corpo e alma
A minha bomba de prata
No ritual desde os índios
De cevar-se o chimarrão
Eu comparo boma e cuia
A uma artéria e coração