Oitenta tiros por engano
Alvejam mais um preto
Homenageiam miliciano
This is bazil do gueto
Nossa abolição assinada com sangue
Começo do genocidio e os tiros vem de tanque
Agora já sei pra que servem as flores
Pra cobrir nossos caixões, cheio de dores
Votamos nos inimigos, vendemos nosso voto
A gente tá a pé, e os cara vem de moto
Nos iludem com abraços, tiramos até foto
E esse genocidio é o nosso terremoto
Dores não passam, fratura da alma exposta
Simbolizada e desenhada com tiro nas costas
Flores no caixão, balas no peito
E o que mais eu podia ter feito?
Pra mudar o destino, que nos aflinge
7 belo não é a bala que nos atinge
Flores, votos e balas
Flores, votos e balas
Flores, votos e balas
Flores, votos e balas
Yeh!
Nem tire as crianças da sala
Se é que as crianças têm sala
Diferente da sala de aula
A matéria de hoje vai ser como sair da jaula
Querem seu sangue, é um plano
O estado mano nunca foi vegano
A meta é não morre esse ano
Mas cansado de ter essa meta todo ano
Nova escravidão, subemprego
Ou arrisca e paga arrego
Logo cedo, drogas no beco
O enredo não é bonito, mas é esse memo
Coca, crack e cachaça
Toda esquina ou praça
Quem não sabe rechaça
E eu sou só mais um no meio da fumaça
Inimigo tá cheia a alesp
Taxa alta sabesp
Vela, cédulas e valas
Rimas à prova de balas
Flores, votos e balas
Flores, votos e balas
Flores, votos e balas
Flores, votos e balas