Respeite os tambores do meu Ilê
Respeite a cadência do meu ganzá
À frente o estandarte do meu povo
Anuncia um tempo novo que nos faz acreditar!
Eu sou do mangue, filho da periferia
Sobre uma palafita, Grande Rio anunciou
Ponta de lança e Darue
Dobra o gonguê, a revolução já começou!
Lá vem caboclo, herdeiro de Zumbi
A nação está aqui
Não se curva ao poder
Escute, nossa gente vem da lama
Resistência que inflama
Quando toca o xequerê
É casa de gueto! Casa de gueto!
Nossa voz que não se cala
Batuque sem medo por direito é o toque das alfaias
Eu também sou carangueiro da beira do igarapé
Igapó trabalha cedo, cata o lixo da maré
Manamauê maracatu saluba ê Nanã, Yabá!
A vida parecida com as águas
Não é doce como o rio
Nem salgada feito o mar
A margem, já subiu para cidade
Entre tronco e cipó, rebeldia dá um nó
Pensamento popular
Gramacho encontrou Capibaribe
Num mundo livre quero ver você cantar
Freire, ensine um país analfabeto
Que não entendeu o manifesto
Da consciência social
Chico! Manguebeat está na rua
Caxias comprou a luta
E transforma em carnaval!