Sou eu, sou eu!
O sopro da encruza, sou eu!
O doce veneno que cura
O mal que ao bem se mistura!
Laroyê! Mojubá!
Adakê, Igba Ketá!
A voz que se tenta calar
O povo das ruas a desafiar
Melodia das bocas
Poesia das margens
Contra o sistema, malandragem!
Ê, Zé! Ô Maria!
Somos de luta, samba e carnaval!
Ê, Zé! Ô Maria!
A resistência me fez marginal!
Meu corpo é página viva
De rimas e gingas, é literatura
Cidades que passam por cima
De Santos e Silvas, a indústria fatura
Jeitinho brasileiro de sobreviver
Antes que me matem
Morro de prazer!
O corre é mil grau
A arquibancada vai reconhecer
O herói que há em mim e em você!
A jornada é imperfeita e conduz ao coração
Justiça seja feita à nossa emoção!
Meu sonho me faz transgredir
Avante anti-heróis, Tucuruvi!