Eu parti em silêncio
Levando o caos no peito
Nas sombras de blacklund
Sepultei meu próprio nome
Minha mente vacilava mas
Eu buscava outra pele
Um rosto sem afeto
Uma alma que jamais se dobrasse
Gehrman não nasceu do meu sangue
Mas do meu temor
Uma marionete precisa calculada
O cruel reflexo do meu desespero
Para digerir a poção do sem rosto
Eu tive de atuar e matar tudo o que em klein ainda ousava respirar
Quando a máscara se ajustou
O mundo inteiro estremeceu
Pois ali não restava homem algum
Apenas o que em mim não sobreviveu
Com a máscara colada ao rosto e a mente em guerra
Eu parti rumo ao mar sonia
De onde ninguém retorna igual
Em bansy
O porto viu meu primeiro aviso ao mundo
Cultistas caídos
Sacrifícios rompidos
E o sacerdote morto em um só segundo
Depois bayam
A cidade viva
Mas prestes a sangrar
Eu fitei kalvetua
O Deus do mar
E decidi não recuar
Num choque insano, brutal
Impossível de descrever
Eu rompi o inevitável e fiz um Deus antigo morrer
Crentes me seguiram
E doutrinas eu reescrevi
O mar compreendeu
Um novo predador surgiu e cresceu
Danitz tornou-se meu cão
Edwina minha trilha precisa
E no sonho dourado
Minha lenda apenas se erguia
E se expandia
Eu sou o mundo
A lenda
O terror do mar sem fim
O aventureiro insano que ri da morte
E caminha sobre o próprio fim
Eu guardei o dado da probabilidade
Na palma da minha mão
Enganei amyrius sem perder a calma
Fui marcado pela árvore-mãe do desejo
Um fardo que nenhum ser vivo suportaria
Nem por um único fragmento de desejo
Viajei com cattleya pelo mar das ruínas
Toquei monstros
Segredos e realidades divinas
Encontrei sereias
Ascendi de sequência
Senti a marionete despertar para a própria consciência
Então retornei em caça ao almirante de sangue
Trazendo semideuses a bayam
Em um único movimento
E quando o senor tombou o mar inteiro silenciou
Pois quem abate um almirante
Prova que até o impossível se curvou
Mas klein tremia por dentro
Aprisionado no próprio disfarce
Pois a loucura do mundo
Ameaçava romper cada parte
Ser frio demais cobrar um preço
Que ninguém jamais paga em paz
E às vezes ao respirar
Eu já não sabia onde klein ainda estava
Ou se ainda restava
Eu sou a força que silencia até o destino
A mão que executa a vontade do tolo
O andarilho divino
Eu sou gehrman
O mundo
A lenda dos mares
O aventureiro louco
Alger
O enforcado sente o peso do mar imóvel
Quando o mundo pronuncia uma palavra
Ele já viu monstros
Tempestades e deuses afogados
Mas nada o assombra mais que a frieza do aventureiro louco
Parado em silêncio diante dele
A postura do mundo o recorda
Que existem forças que rompem qualquer lógica
E que obedecer às ordens daquele homem
É sempre, sempre a escolha mais segura
Audrey
A justiça enxerga além da máscara
Vê o homem que carrega a loucura com disciplina
Um coração sufocado por uma persona
Criada apenas para sobreviver
Por isso teme
E por isso sente pena
Para ela o mundo é uma tragédia viva
Alguém que precisou virar aço
Para continuar existindo
Cattleya
A eremita encara o mundo com respeito
Reservado a uma tempestade viva
Ela sabe reconhecer poder
E nele o poder corre silencioso demais
Ainda assim
Confia nele no mar
Pois onde o mundo passa
Até o impossível aprende a se curvar
Derrick o Sol encara o mundo
Como quem contempla coragem pura
O comportamento insano
Para ele é apenas bravura diante de abismos que destruiriam qualquer outro
Aos seus olhos ele é o emissário do tolo
Um herói feito de sombras
Que luta onde a luz jamais alcança
Fors wall a mágica
Sente um terror vísceral, puro e absoluto
Treme ao ouvir sua voz
Teme até o menor indulto
Ainda assim
Sabe que sem ele não avança
Mesmo sabendo que um único passo em falso e o mundo a esquece
No fundo, ela o teme
Mas teme ainda mais ficar longe dele
Porque a única coisa mais perigosa que o mundo
É enfrentar o mundo sem ele
Xio, a julgamento
O respeita com pragmatismo frio
Ele é o poder que resolve
A lâmina pronta
Medo e honra caminham lado a lado
Pois o mundo sempre cobra
Mas nunca é domado
Emlyn, a Lua
Finge desinteresse juvenil
Mas por dentro teme a aura
O peso hostil
Sabe que o mundo está além do que compreende
E mantém distância
Prudência
Diante do que não se entende
Leonard, a estrela
Observa o mundo como um enigma
Um amigo que voltou das sombras
Um poder que roça o território dos anjos
Ele o respeita e o teme na mesma medida
E mantém a vigilância atenta
Pois sabe que conviver com alguém assim
É caminhar entre segredos que podem matar
A força que silencia até o destino
A mão que executa a vontade do tolo
O andarilho divino
Gehrman
O mundo
A lenda dos mares
O aventureiro louco
No clube do tarot
Sua presença pesa mais que o ar
Cada gesto é aviso
Cada silêncio mandar
E no fim
Ele é a ponte
O fio entre o humano e o abismo
O anjo da redenção que jamais cedeu
Nem mesmo ao próprio destino
Nem mesmo ao próprio destino