Cifra Club

In Consciência Negra

Apollo, o Poeta

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Eu moro numa casa abandonada por quem morava antes
Agora é minha morada
Eu tenho um carro velho e uma linda namorada
Trabalho de empregado e tenho uma empresa de fachada

O tênis que eu tenho eu herdei do meu cunhado
Última vez que eu comprei roupa acho que foi ano passado
Mas eu não sou mendigo, truta, só meio largado
Não sou materialista, vivo bem desapegado

Na escola a professora disse que eu era retardado
Me chamou de babuíno, tipo, eu fui discriminado
Mas nem por isso hoje eu me faço vitmizado
Eu quero mais fazer meu corre sem depender do Estado

Só não vem dizer que eu tenho a chance desses arrombado
Que o pai paga a facul, o apê e a gasosa do carro
Mesada pra birita no role universitário
Pra meter a napa no espelho com os zóio arregalado

Escarro quando esbarro esse tipo de otário
Que julga o que eu tenho e não sabe o que eu valho
Mas não tô a venda, eu não valho
Nada é páreo para um preto revoltado com o sistema segregado

E que rouba a cena, pique revolucionário a pé ou de Palio
Na entrada do posto uma vez eu fui barrado
Na entrada do buso outra vez fui revistado
Em qualquer loja que entro, sou muito bem vigiado

Estou sempre sorrindo, pois estou sendo filmado
Por algum segurança sempre estou acompanhado
A ironia é que ele é preto igual eu e tatuado
Mas a ideologia muda quando o cara 'tá fardado

E de colete e escopeta altera o tom pra autoritário
Pobres fardados falidos que me julgam pelo estereótipo
Por que pensam que todo preto e pobre é bandido?
E quando a brisa loka passa, e a espuma branca cessa

E o papo desenrola, o PM baixa a bola
Vê que eu sou de boa, e me manda embora
Me faz gastar sola à toa, sempre desentoa
Minha sorte é que Deus sempre me abençoa

Pois se não fosse a minha simpatia
Minha cabeça logo rolaria pelas galerias do insta
De androids e iphones da vida

Mais um inocente confundido com bandido
A noite todo gato é pardo
Quem é preto tá fodido

Cuidamos dos seus filhos
Trocamos os seus velhos
Lotamos cemitérios
Mortos por seus critérios

Limpamos escritórios
Ouvimos seus escárnios
Varremos suas escolas
Nos deixam sem escolhas

Calos nas mãos e bolhas
Cozinho seu cardápio
Limpamos teu carpete
Tosamos o seu Pet

Enchemos tuas taças
Varremos suas praças
Onde jogam migalhas
Podam as nossas asas

Lesam as nossas almas
Desapropriam casas
Nos doam cesta básica
E filmam, pois acham graça
De divulgar a desgraça

Choro tanto, me escorre o pranto
Penso e fico tenso ao ver que tô propenso
Ao racismo, e o descaso, me faço alvo fácil
Mesmo sendo dócil, amigo, amável

Nada é estável, nada é favorável
Pra quem vem de onde eu venho
É mimimi pra quem tem o que eu não tenho
E não é descriminado

Quem não leva enquadro
Quem não é enquadrado
Quem pensa quadrado
No compasso e esquadro

Pra manter o status
De agente do Estado
Mano eu tô de boa
Eu só tô preocupado

Veja o nosso estado
Fomos massacrados
Ainda somo escravos
Entre rosas, espinhos e cravos
Estacas no peito eu cravo

Dizem que é velado, mas eu escancaro
De frente eu encaro o que me custa caro
Minha pele é minha sina e assino embaixo
Aquele que esculacha e não aguenta o esculacho

Então sai de baixo
Eu não me encaixo
A situação é grave como um contrabaixo
Só não chuta que é macumba
Então respeita esse despacho

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