Era uma vez
Mais um elo na corrente
Era sensatez
Só sabia olhar pra frente
Era cordial, era educado e sorridente
Era tão normal
E achava que seria assim pra sempre

Mas então derrapou
Passou reto e não viu
Depois acelerou novamente
Sentiu algo ficou pra trás

E quanto mais se afastou
Mais podia sentir
Que queria parar e voltar
Mas seguiu adiante e se fechou
Se fechou

Nega até morrer
Mente olhando fixo pro espelho
Doa a quem doer
Tudo aqui está ficando velho

Toda a cor desbotou
E a memória traiu
Quantas velhas desculpas que você cuspiu
Tentando acreditar
Que é melhor esquecer
Um pedaço de si

E quebrar incompleto e vazio
E negar um sentido maior
Que não conserve a dor
Não conserve a dor