A calçada fria e o corpo morno, quase morto
A barriga fala em nome da fome, ela tem até nome vazio
O corpo não reage mais ao chamado, o ar que da boca sai é calado
Na mente não reside mais lembranças, somente lamentos
Olhos passados por cima do lodo grudado no corpo como uma segunda pele
Panos e farrapos vestem o medo, o desejo de ser alegre
Papelão toma lugar do colchão, papelão que também é seu ganha-pão
O álcool faz-se de amigo, e atrai olhares inimigos
Passos calejados o leva a caminhos sem saída, sem entrada
Olhos caídos e orgulho traído, coração partido, pedaços perdidos
O álcool faz-se de amigo, e atrai olhares inimigos
Passos calejados o leva a caminhos sem saída, sem entrada
Olhos caídos e orgulho traído, coração partido, pedaços perdidos
A mão que hoje o alimenta amanhã o aponta como marginal
O teto que um dia o acolheu hoje mora seu melhor amigo
A mãe que ofereceu seu seio como forma de alimento
Hoje esta perto daquele que ainda confia e acredita na sua verdade
O álcool faz-se de amigo, e atrai olhares inimigos
Passos calejados o leva a caminhos sem saída, sem entrada
Olhos caídos e orgulho traído, coração partido, pedaços perdidos
O álcool faz-se de amigo, e atrai olhares inimigos
Passos calejados o leva a caminhos sem saída, sem entrada
Olhos caídos e orgulho traído, coração partido, pedaços perdidos
A luz que um dia fez de sua leitura clara
Hoje serve como segurança e vela sua noite em meio aos ratos
Um homem hoje omisso as leis das ruas, leis nuas que veste aqueles que as aceitam
Foi obrigado a trocar o conforto de um amor
Pelas ruas e ter o prazer de viver sem leis, e morrer sem saber quando será a sua vez de ser amado
O álcool faz-se de amigo, e atrai olhares inimigos
Passos calejados o leva a caminhos sem saída, sem entrada
Olhos caídos e orgulho traído, coração partido, pedaços perdidos
O álcool faz-se de amigo, e atrai olhares inimigos
Passos calejados o leva a caminhos sem saída, sem entrada
Olhos caídos e orgulho traído, coração partido, pedaços perdidos