Aí, que saudade do rincão da minha terra
O saldoso pé de serra, recanto onde morei
Não me esqueço o monjolinho malhando
Nem as águas murmurando no poço onde banhei
Saudade eu tenho dos mais lindos horizontes
Das verdes matas e montes que talvez não mais verei
O angiqueiro, verdinho cor da esperança
Meu trabalho de criança que em pequeno plantei
Me lembro sempre as novenas na igrejinha
Com as minhas coleguinhas brincando de namorado
Mas entre aquelas brincadeiras de criança
Enchia de esperança um coração apaixonado
Lembro o cruzeiro onde eu passava a tardezinha
De volta da escolinha onde eu aprendi o ABC
Meu Deus do céu, como é triste esta distância
A minha saudosa infância eu queria reviver
De tudo isto só me resta o violão
E a cópia da canção que cantei na despedida
São versos simples, mas rimado com amor
É o retrato multicor da minha terra querida
Está tão longe o meu céu azul risonho
Os meus castelos e sonhos não chegaram a realidade
Aqui distante vejo na mente o passado
Vou vivendo naufragado no ar negro de saudade