Quando eu saí de casa
Pra seguir o meu caminho
Enfrentar o meu destino
Longe dos meus pais
O futuro a minha espera
Eu apenas um menino
Caminhando tão sozinho
Na companhia do meu violão
A tristeza aumentava
E os sonhos que eu sonhava
Se perdiam pela estrada
Da desilusão
A saudade apertava
Nas esquinas, nas alçadas
Sem recanto, sem morada
Solitário na cerração
Quando eu voltei pra casa
Ninguém estava a minha espera
Nem um aceno na janela
Só o vazio na imensidão
No silêncio frio da casa
Ouvi minha mãe
Filho vem Jantar
Chame seu avô
Era apenas uma lembrança
Que existia em mim
Nada estava ali
Só o passado a me iludir
Meu retrato da parede
Não tinha mais cor
A família foi em bora
Transcendia minha dor
Eu penei por muito tempo
Muito sangue, muito espinhos
Foi lutando pela vida
Que eu consegui
Construí minha morada
Meu castelo pra invernada
Contemplando minha amada
E crianças ao nosso redor
Só agora que sou homem
Entendo meu pai
As coisa que ele me falou
Valores que ele me ensinou
Quando o implacável tempo
Chegar até mim
Com o inevitável fim
Colham os frutos do meu jardim