Se há um ser pequeno, perdido no breu
Com os olhos molhados de um pranto que é seu
Minha alma se estende, se faz um lugar
Pois compreendi que a vida é um verbo: Cuidar
Não peço que entendam, nem quero menção
Apenas respondo com o meu coração
De ver que no fundo de toda a existência
A teia é uma só, em pura transparência
Serei a voz do ser que não pode falar
O amparo que chega sem nunca esperar
Nem mesmo um obrigado, nem mesmo um olhar
Pois a força real mora na coragem de amar
E quando a jornada se torna um açoite
E o peso do mundo me rouba a noite
Eu pego a ferida que insiste em doer
E a uso de adubo pra me refazer
Continuo em frente, com o passo cansado
Pois cada tropeço me tem ensinado
Que a força que busco neste vasto terreno
Vem da dor que transforma e me torna sereno
Os mais fortes que vi, plantaram paz na ferida
Venceram mil guerras pra que a paz acontecesse
Por dentro de si, onde a luta é real
Pra serem jardins num mundo desigual
E assim perceberam: A matéria é um véu
A casca de um tempo que um dia foi céu
A beleza real que jamais se desfaz
É a magnitude da alma, que busca a paz
Serei a voz do ser que não pode falar
O amparo que chega sem nunca esperar
Nem mesmo um obrigado, nem mesmo um olhar
Pois a força real mora na coragem de amar
Na beleza infinita do Universo
Cada alma, um verso
Cada gesto de amor
Uma estrela