A natureza gritou mais que a voz de Deus
Para um rico, perder bens é dor suportável
Mas não ser servido? Isso é inaceitável!
Quem serve se apaga para o outro brilhar
E o rico teve medo, medo de se misturar
A lei da natureza é sempre se agrupar
O que é fácil a gente aceita, como o rio aceita o mar
É mais fácil o camelo passar no fundo da agulha
Do que o homem vencer a sua própria natureza
Não é o ouro que impede a entrada no Reino
É o orgulho vestido de nobreza
Quem serve não acumula, quem serve se esvazia
E o rico foi embora na sua agonia!
Havia uma saída honrosa, ele não viu
Se vencesse a si mesmo, diria ao Senhor
Mestre, não serei um pobre a depender
Vou sair da grandeza para reaprender!
Pois não é só dar o ouro, é plantar e colher
Não vou só dar o pão e voltar para o trono
Vou ensinar a prosperar, sem ser o dono!
Mas não foi essa a decisão, não!
Não, não, não
A história foi outra, o Mestre eternizou no sermão
Afastou-se triste com seus bens nas mãos
Guardou a moeda, perdeu a salvação!
Quem recusa o chamado, não entende o Criador
Confunde o peso da cruz com a ausência de valor!
É mais fácil o camelo passar no fundo da agulha
Do que o homem vencer a sua própria natureza
Não é o ouro que impede a entrada no Reino
É o orgulho vestido de nobreza!
Ah, se a agulha fosse apenas um portão de ferro
Mas é o estreito onde a alma despe todo excesso
Passar o camelo é vencer o próprio eu
É quebrar o espelho que o ego ergueu!
A natureza venceu, o ciclo se fechou
E a parábola eterna no tempo ficou