Não chame de crueldade, Ele é o Dono da vinha
Um dia ou mil dias, ambos cabem na mesma linha
Se o fruto é perverso, se a árvore seca
O tempo se encerra, a história se fecha
Por que grandes caem? Por que o fim vem?
Porque o sopro é Dele, e Ele sabe quem é quem
Se o propósito morre, a vida perde a razão
Deus recolhe o fôlego, sem pedir permissão
Você tranca a porta, protege o tesouro
Foge da doença, evita o agouro
Administra o corpo com toda astúcia
Mas deixa o espírito, viver em angústia
Quando a vida for tomada do barro
Quem preservará o teu espírito?
Qual morada está reservada no além
Para quem na terra não serviu a ninguém?
Não há cofre forte no lado de lá
Só a obra que a fé conseguiu praticar
À direita ou esquerda, o Rei vai dizer
Tive fome e sede, o que me deste de comer?
Não é o quanto juntou, mas a quem acolheu
Se ao pequenino negou, a Mim não me deu
O justo vai para a vida, o egoísta pro fim
A riqueza da terra não compra o jardim
Mas enquanto há vida, o livro está aberto
Mude o seu caminho, faça o que é certo
Busque a resposta enquanto ela está disponível
Antes que o eterno se torne invencível
Quando a vida for tomada do barro
Quem preservará o teu espírito?
Qual morada está reservada no além
Para quem na terra não serviu a ninguém?
Não há cofre forte no lado de lá
Só a obra que a fé conseguiu praticar
Corpo protegido
Casa trancada
Mas e a alma
Qual morada está reservada?