Emigrante, vem devagar por favor
Temos muito tempo para lá chegar
E depois, lá diz o velho ditado
Mais vale um minuto na vida
Do que a vida num minuto
Passou-se no mês de agosto
Este drama tão cruel
De um emigrante infeliz
Foi tanta a pouca sorte
Na estrada encontrou a morte
Quando vinha ao seu país
Do trabalho veio a casa
Preparou a sua mala
E partira da Alemanha
Mas seu destino afinal
Acabou por ser fatal
Numa estrada em Espanha
Dizem aqueles que viram
Que ele ia tão apressado
A grande velocidade
Foi o sono que lhe deu
O controle ele perdeu
Desse carro de maldade
Foi o sono que lhe deu
O controle ele perdeu
Desse carro de maldade
Trazia na sua mente
Ir ver o seu pai doente
Que estava no hospital
Na ideia, um só pensar
O seu paizinho beijar
Ao chegar a Portugal
Mas tudo foi de repente
Partindo de Benavente
O drama aconteceu
Ele vinha tão cansado
De tanto já ter rolado
E então adormeceu
Nada podendo fazer
Num camião foi bater
E deu-se o choque frontal
Seu carro se esmagou
E desfeito ele ficou
No acidente mortal
Seu carro se esmagou
E desfeito ele ficou
No acidente mortal
Ele não vinha sozinho
Trazia também consigo
Sua mulher e filhinho
Sem darem conta de nada
E naquela madrugada
Morrem os três no caminho
Quando a notícia chegou
No hospital alguém contou
O desastre que aconteceu
Seu pai, que tanto sofria
Nunca mais o filho via
Fechou os olhos, morreu
Emigrantes, oiçam bem
Não vale a pena correr
Porque pode ser fatal
Venham todos devagar
Há tempo para cá chegar
E abraçar Portugal
Venham todos devagar
Há tempo para cá chegar
E abraçar Portugal