Negrinho, alumia o breu da noite
Revela o filho de Sakpatá
Navega nas águas, sacode a palha
Abraça o rincão, destino do Ifá
Baila a coroa, bate folha e tambor
Custódio peleia é achego da cor
Desata a diferença, amarra o entrevero
A negritude firma ponto no cruzeiro
Alupo! Sobre o solo do sagrado
A nação firma o ponto no Mercado
Toca o sino no terreiro
Pro batuque começar
Chama a reza tamboreiro, ayan, ilú, bata
Bate cabeça pra saudar teu orixá
Dança na roda de Bará a Oxalá
No pago onde o minuano assovia
Troveja o couro no afago da mão preta
Compasso da caninha, maçaquaia e cantiga
Guia os passos do cortejo calhambola
Resiste na fé, em ritos de arte
Ergue o estandarte e estampa o grito
Ecoa no 20! De Palmares aos pampas
Meu guri, na querência negra te lança
Voa com a Portela ao apogeu
Luz da tua vela
A iluminar e coroar o povo teu!
Majestade da minha vida
Traz axé e vai na ginga
Faz façanha com seu manto branco e azul
Batuqueira bota a cara na avenida
É gente preta do Rio Grande do Sul