Parece que agora até estou vendo
A casinha velha onde eu nasci
Quando meus mais se separaram
E só Deus sabe o que padeci
Não me trocaram e nem me venderam
Só me entregaram para um fazendeiro
Que embora sendo de fama e dinheiro
Resolveu criar este pobre guri
Fiquei há alguns anos naquela fazenda
Saí pelo mundo mostrar meu valor
Peguei meu violão, amigo de festa
Pra cantar seresta em algum dissabor
No inverno da vida, passei frio e fome
Mas foi assim que aprendi a ser homem
Cantando e chorando, eu fiz meu nome
E agora me chamam de João Cantador
Um dia voltei rever minha terra
E a menina linda que um dia deixei
Chegando num bar daquela cidade
Pra bem da verdade em seu nome falei
Um velho amigo, tremendo de medo
Disse a linda é filha do coronel Pedro
Não fale mais nela para não morrer cedo
E tome cuidado com os fora da lei
O bando assassino, infelizmente
Ali se encontrava naquela ocasião
Quando eu fui cantar, eles não gostaram
E já atiraram no meu violão
Me avançaram e foram me batendo
Mas eu sou guapo e para nada me rendo
As forças que tinha, fui me defendendo
E fomos peleando até no balcão
No tapa e no soco, dei conta de dois
Porém os bandidos era uma porção
Mas quando se luta em defesa do amor
Deus nosso senhor nos dá proteção
Quando um pistoleiro ia me atirar
Dudu jogou seu revólver no ar
Com muita destreza consegui pegar
Foi mais um bandido que rolou no chão
Peguei meu revólver e a calibre 12
Fui lá fazenda e busquei meu amor
Cruzando a pedreira na beira da sanga
Topei com os capangas e a 12 falou
Hoje sem Jiba e sua quadrilha
A estância vive nas mil maravilha
Com coronel Pedro e a linda sua filha
Esposa querida de João Cantador