Não me pergunte por que canto minha gente
Tenho razões infinitas pra explicar
Vou fazer desta vida gesto, e canto
Buscando sempre um motivo pra cantar
Canto a vida que me deu tantos encantos
Desde o canto que canto pra encantar
A viola com suas cordas e segredos
Que mais me ensina do que posso lhe ensinar
Canto os cantos que dos cantos vão brotando
Em acordes naturais da criação
Berro do boi, uivo do cão, canto de galo
Na orquestra de singela inspiração
Canto o canto liberto e de fraterna comunhão
De mãos unidas e de vozes afinadas
Canto de paz dos que nunca fazem guerra
Nem mesmo as que são santificadas
Canto sempre pelos cantos onde cruzo
Canto claro dos que sabem ser irmãos
Para que os cantos do meu pago sejam todos
Repartidos como notas de canção