O meu nome é Gumercindo
Seu criado, sim senhor
Tive rancho, terra e china
Fui tropeiro e rastreador
Um dia explodiu a guerra
E o Rio Grande me chamou
Me chamou
Pra pelear sobre esta terra
Meu rancho abandonei
Um piazito soberano
Junto a uma china, deixei
Mas quando a guerra acabou
Nenhum dos dois encontrei
Campeei, campeei, campeei
A família que perdi
E não achei
Mas o laço do destino
Traz nas tranças seus mistérios
Lá no bolicho do Juca
Nos campos do João Quitério
Se achegou um moço a cavalo
Com olhar firme e rosto sério
Na conversa entre os parceiros
Falavam de revolução
Um moço pediu licença
Chegando junto ao balcão
E, com a voz emocionada
Lembrou do pai que partia
Pra pelear em trinta e cinco
Na defesa deste chão
Minha mãe contou
Homem é santo, eu acredito
Gumercindo era o nome do meu pai
E os gaúchos que pelearam ao seu lado
Contam façanhas do Gumercindo coragem
Que junto a Bento
Foi seu melhor soldado
Olhe, seu moço
No teu rosto eu vejo o meu
Eu sou teu pai
Gumercindo não morreu
Olhe, meu velho
No teu rosto eu vejo o meu
Tu és meu pai
Gumercindo não morreu
Se a guerra um dia nos separou
Hoje o laço do destino nos juntou
Gumercindo não morreu
Gumercindo não morreu
Gumercindo não morreu
Gumercindo não morreu!