Um boiadeiro cavalgava no sertão, e resolveu parar na beira da estrada
Ele apeou do manga-larga marchador, foi no riacho pra beber um pouco d'água
Ele avistou dentro do rio uma cabocla, nas águas claras do outro lado da cerca
Uma mulata se abanhava sem as roupas que deu até pra ver as pontinhas das tetas
O boiadeiro ficou bastante aprumado, nervo nervoso começou a se arribar
Passou rasgando pelo meio dos arame, sartou no rio fingindo se afogar
Então a mulata se agrudou no seu pescoço pra não deixar ele no rio se afundar
Foi quando ela sentiu uma cutucada, mesmo dend'água começou se arrepiar
A tal cabocla percebeu que o boiadeiro tava fingindo que se afogava no rio
Pois ele estava iguali um cavalo inteiriço atrás dum'égua quando ela entra no cio
Aproveitando que já estava desroupada não fez desfeitas dos desejos do vaqueiro
Se acoitaram segurando na tabuada, se atrelaram iguali um casarzim de cuéi
Mas tinha uma véia fuxiqueira disgramada
Que estava oiando pelas frestas do tabueiro
Saiu correndo iguali galinha espantada e contou tudo pro boiúdo fazendeiro
O fazendeiro era esposado da cabloca, botou-se as roupa
Encartuxou tua espingarda e sapecou dois tiro lá dentro do rio
E o boiadeiro fugiu com a bunda pelada
Virou zombagem pelos cantos dessas bandas que o fazendeiro tinha tomado gaiada
E cabocla nunca mais foi no riacho, ficou com medo de acoitar debaixo d'água
Já o boiadeiro foi pruma grota distante, contou tua história prum bando de piãozada
E um cabra doido que escutou sua proeza foi no riacho procurar cabocla n'água