Diz o poeta persa, foi do canto da Fênix
Que um sábio antigo aprendeu os sons da vida
Eu acredito, e retribuo à minha musa
Mas dessa vez, olho as estrelas, sem medida
Raulzito avisou, deu a letra no tom
Não diga que a canção está perdida, não
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Essa música é presente, chama acendida
Deixa te cobrirem esses versos
Como um cobertor no inverno
Tipo rom rom de gato
Um afago imaginário e terno
Não dá pra controlar as marés do mundo
Mas te empresto uma luz pra iluminar o escuro
Quando todas as outras luzes se apagarem
Tem meu violão, minha voz, os versos que restarem
No fim, a preocupação só passa
Mesmo a noite escura um dia se acaba
Quando o Sol volta, ele vem mais claro
E o medo antigo já não parece raro
E olha lá fora, já tem tanto azul
O teu tom, num mundo cheio de luz
Afasta o que antes era triste sem cor
Por isso hoje eu canto esperança, não o amor
Deixa te cobrirem esses versos
Como um cobertor no inverno
Tipo rom rom de gato
Um afago imaginário e terno
Não dá pra controlar as marés do mundo
Mas te empresto uma luz pra iluminar o escuro
Quando todas as outras luzes se apagarem
Tem meu violão, minha voz, os versos que restarem
Vai pra fazenda por um momento
Cavalga livre, no rumo do vento
Fecha os olhos, sente o orvalho
E lembra o que disse o velho Chico
Até um copo vazio tem ar
Esperança é isso, só respirar
Ela é estranha, engraçada, encantada
Tem penas, se empoleira, e canta na alma
Canta melhor que eu, mas não importa
Esse presente é só teu, eu deixo na porta
Deixa te cobrirem esses versos
Como um cobertor no inverno
Tipo rom rom de gato
Um afago imaginário e terno
Não dá pra controlar as marés do mundo
Mas te empresto uma luz pra iluminar o escuro
Quando todas as outras luzes se apagarem
Tem meu violão, minha voz, os versos que restarem
Se lá fora a tempestade desaba
Relaxa, hoje nem precisa ir pra aula
Só respira, sorri como uma criança
E transforma a dúvida em esperança
Ela não murcha, não cansa, resiste
Mesmo que a descrença leve os sonhos tristes
Eles voltam, soprados por ventos de mudança
E olha: Era só uma nuvem, já passou, avança
Levanta e vem comigo, canta alto
Que os que choram sejam logo consolados
Os que têm fome encontrem fartura
E quem busca justiça encontre cura
O dia de amanhã cuidará de si mesmo
Meu canto não é quixotesco
É só uma verdade que carrego fundo
O que eu mais te desejo, nesse mundo
Deixa te cobrirem esses versos
Como um cobertor no inverno
Tipo rom rom de gato
Um afago imaginário e terno
Não dá pra controlar as marés do mundo
Mas te empresto uma luz pra iluminar o escuro
Quando todas as outras luzes se apagarem
Tem meu violão, minha voz, os versos que restarem
Olha só como meu som se transformou
Aquela sombra antiga enfim se afastou
La tristesse ne durera pas toujours
A tristeza ela nunca dura pra sempre, amor
Se hoje tá nublado ou cê tá indisposta
Fica em casa, sem culpa, sem resposta
Nem tem mais aula, fica no cobertor
E lembra que é forte: Resiste à dor
Deixa te cobrirem esses versos
Como um cobertor no inverno
Tipo rom rom de gato
Um afago imaginário e terno
Não dá pra controlar as marés do mundo
Mas te empresto uma luz pra iluminar o escuro
Quando todas as outras luzes se apagarem
Tem meu violão, minha voz, os versos que restarem
Em cinco anos, cê vai descansar
E vai até rir, vendo o tempo passar
Cerejeiras florescendo na estação
Sem carregar mais peso no coração
É cê já mudou, nem viu o que virou
Já não é mais só sobre dividir a dor
O torneio nem terminou e cê decolou
Abriu asas e, olha já voou
O dia de amanhã cuidará de si mesmo
Meu canto não é sonho perdido, não
É uma verdade simples, mais que profunda
É tudo o que eu mais te desejo no mundo
Deixa te cobrirem esses versos
Como um cobertor no inverno
Tipo rom rom de gato
Um afago imaginário e terno
Não dá pra controlar as marés do mundo
Mas te empresto uma luz pra iluminar o escuro
Quando todas as outras luzes se apagarem
Tem meu violão, minha voz
E os versos que restarem