Falo com as paredes, elas me ouvem mais que gente
Me chamam de louco, de doente, de carente
Vejo sombras na cozinha, ouço passos no corredor
Mas ninguém me pergunta se eu tô com dor
Eles riem das palavras que escrevo no papel
Como se meu mundo não coubesse no céu
Mas eu só queria um abraço, um olhar, um calor
Eles me ignoram, eu respondo com amor
Mesmo que sangrem as vozes na minha mente
Eu sigo amando quem mente, quem finge ser decente
Sou um caos que ainda crê no valor de uma flor
Eles me ignoram, eu respondo com amor
Eu gritei no silêncio, mas só o eco me ouviu
Conversei com santos, até o rosário sumiu
Na esquina da rua, danço com meu próprio temor
Eles zombam da minha dor, mas eu respondo com amor
Sinto os olhares como facas invisíveis
Minhas lágrimas são cartas que ninguém lê, são incríveis
Cada palavra que calo, é um grito de favor
Mas eles me ignoram, e eu respondo com amor
Mesmo que sangrem as vozes na minha mente
Eu sigo amando quem mente, quem finge ser decente
Sou um caos que ainda crê no valor de uma flor
Eles me ignoram, eu respondo com amor
Talvez um dia enxerguem meu gesto em silêncio
Entendam que a solidão é um cárcere imenso
Mas até lá, sigo sendo o que restou da dor
Um louco perdido, que só sabe dar amor
Mesmo que apaguem meu nome com rancor
Eu continuo escrevendo, insistindo na cor
Do amor mais ingênuo, do perdão que ainda for
Eles me ignoram, e eu
Respondo com amor