Venham ver o burrico espacial
Viajando com sua nau, no espaço sideral!
Tenta em vão vaga-lumes alcançar
Que sua vida do estrume vão tirar
Faz crochê, enquanto espera
Queimando mato na atmosfera
Cozinha algas que vem Netuno
Também sapateia com coturno
De repente vem chuva de meteorito
Nosso valente, o burrico
Enfrenta os perigos siderais
Com óculos de aviador, ele vai
A todo vapor, se ajusta e parte
Firme segura, avante, ele arde
Segura firme o valente
Da partida e vai avante
Acelera frente à chuva, sem curvar
Assim consegue enfim atravessar
E dispara o seu raio lazer
É mais mau que hellraiser
Sem um arranhão, segue a jornada
Na Kombi espacial, a mudança encarada
Viaja longe, descobre esferas
No cosmos mergulha sem espera
Num planeta, ao descanso se entregou
Guerra civil logo ali deflagrou
O burrico e os anarquistas
Na conquista foram artistas
Derrubaram todos os estados
Esquerda - direita, todos os lados
E do povo que lá habitava
Em troca deu uma leiteira enferrujada
Que faz magia de alta tecnologia
Quando ia ao fogo crock-crock ela fazia
Da onomatopeia era condensado
Uma safra de capim vitaminado
Com ela driblava a destruição
Piada que não causava aflição
Não chorava mais de solidão
Pois no fogo, com concentração
Crock-crock, a mágica acontecia
E do som, a boneca surgia
Inflável, trazia alegria
Satisfazendo, fosse dia ou noite fria
Às vezes, na Terra ele passava
Alguma erva ele catava
Desistia de ficar, pois sabia
Que a mídia logo o caçaria
Fazer chaveiros de leiteira
Ia morrer vestindo meia
Certa vez piratas espaciais
Que pareciam até chacais
Fecharam sua via de acesso
Daquela parte do universo
Para roubar sua leiteira
E fazer grande besteira
Ele botou no fogo e pensou
Crcok-crock, ela fez
E a cobiça se desfez
Naquele setor da galáxia
Cabeça dura vira borracha
Acabando tudo em churrasco
Num asteroide
Alugado por São Jorge!!!
Salve Jorge!