Eu martelo as emoções com o meu martelo de brincar
Mas nunca lhes acerto fogem sempre do lugar
Eu nunca controlo nada, cabeça deita fumo à beira da estrada
E são tantas emoções no prato do pequeno almoço
São tantos pensamentos num saco de carne e osso
Eu nunca percebo nada
Eu quero-me ir embora, mas eu tô em casa
Todos olham e eu não sei disfarçar
Estes balões de pensamentos fazem-me levitar
Emoções são bebidas como shots num bar
E eu sou um gajo sem medidas nunca soube parar
Estado de espírito a dar passos em falso
É tão incerto, lágrimas e gritos em falsetto
Eu só quero poder parar e respirar
Mas pelo andar da carruagem nunca vai parar
Eu sou uma montanha-russa
Todos os dias a conduzo (todos os dias)
Subo e desço a gritar
Não digam pra me acalmar
Se é para esconder o que eu sinto
Eu! Não! Quero!
Quero-me encontrar, mas ando a fugir de mim, eu sou
Um cão atrás da própria cauda
Bola de ansiedade à espera no hall de entrada, eu vou
Tentar ir lá cumprimentá-la
Pensar no passar do tempo e comparo-me a toda a gente
E não paro de andar pra a frente e não consigo aproveitar
Preocupado com medo se passa ao lado o momento
Comboios de pensamento tão quase a descarrilar
Neurônios pagam multas de velocidade
O número da manutenção dá ocupado
A solidão à porta e a paz a saltar à corda
No quarto das visitas
Há clones de mim próprio na sala de estar
E eu não sei quem sou
O dono da chaise long, pôs-me a mão no ombro
E deu-me cartões de visita
Eu sou uma montanha-russa
Todos os dias a conduzo (todos os dias)
Subo e desço a gritar
Não digam pra me acalmar
Se é para esconder o que eu sinto
Eu! Não! Quero!
Bebé linda se eu não sei lidar comigo
Como é que eu posso ajudar?
Oceano fundo juntos a nadar
Aqui não há pé não te posso agarrar
Eu não posso ser quem tu queres que eu seja
Não, não pode ser, quem é que tu queres que eu seja?
Eu sou uma montanha-russa
Todos os dias a conduzir
Subo e desço a gritar
Não digam pra me acalmar
Se é para esconder o que eu sinto
Eu! Não! Quero!