Teus olhos ausentes são versos quebrados
Pedaços de sonhos há muito guardados
O tempo avança, mas não me liberta
Tua falta é um fado que a alma aperta
O que tenho é saudade sem fim
Cada noite vazia, um eco de ti
No silêncio da alma, teu toque é jardim
Gravei no meu peito, teu rosa carmim
No reflexo da Lua, procuro sinais
Mas o vento sussurra memórias fatais
Em cada canto do mundo, nós somos iguais
Camões ensinou-me a amar assim
Se o destino nos joga à deriva do mar
Que as ondas me tragam teu nome a cantar
E quando o silêncio for grito a doer
Que o eco do amor nos faça vencer
Se o tempo escreve em linhas tortas
Guarda meu nome nas tuas portas
Que um dia a brisa nos leve de volta
E o amor renasça onde o adeus não volta
Teu silêncio é um grito que o tempo não cala
Um vestígio de nós que no peito resvala
E a mágoa da ausência, minh'alma abala
Mesmo longe, tua voz ainda me invade
Não consigo apagar esta saudade
O que me leva é a saudade
O tempo passa, mas a sombra
Ainda dança ao meu redor
Talvez um dia eu me liberte
E o vento leve essa dor
Camões ensinou-me a amar assim
E se o tempo nos salvar
Que o nosso encontro seja luz
Iluminando a estrada que o destino conduz
E se o tempo nos salvar
Que o nosso encontro seja luz
Iluminando a estrada que o destino conduz
Camões ensinou-me a amar assim