Sirvo tempestade em copo d'água turva
A rua mastiga passos num compasso enferrujado
Pontes suspensas medem a pressa que curva
Um coral de buzinas orquestra o caos engarrafado
Chove ao contrário dentro do peito
Cada gota é pulso que bate e norteia!
No tic-tac reverso decifro teu sotaque
Somos da rua, somos do asfalto
Deslizo no instante que implode, no vão onde a fé explode
Tornando a manhã nua à deriva de um acorde