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Nasci num rancho de barro, na beira de um corredor corredor
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Cresci no lombo do pingo, fui tropeiro e domador
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O mundo foi meu colégio e não tive o privilégio
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De aprender com professor
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Aprendi a amar a Deus, por instinto e vocação
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E pouco a pouco formando minha xucra devoção do laço
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Do laço fizfiz um rosário e construí um santuário
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Com os aperos do galpão
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Fiz a pia batismal da água clara da sanga
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No verso fido verso oração, a hóstia fiz de pitanga
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O sermão benzimento para o bicho peçonhento
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Que mordeu meu boi de canga
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Minha bíblia foi o fole da cordiona de oito baixos
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Que eu abria sobre o manto do couro de um potro guacho
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Meu chapéu foi sacristia, fiz as contas de Maria
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Nos flecos do barbicacho
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Do pala fiz a batina, eu mesmo fui o vigário
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A canha fiz de água benta, me batizei solitário
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São presentes do destino, que ganhei quando menino
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Não tem valor monetário
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A estância grande o céu, o patrão há de ter pena
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De reservar um cantinho ha quem na vida terrena
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Cresceu xucro sem batismo e só leu o catecismo
Nos olhos de uma morena