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Rudo Surebrec (Gachiakuta) - Deus do Lixo

PeJota*

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Caí do Céu da Mentira direto pro Inferno Urbano
Mas até o Diabo treme quando o justo é profano
Como eu não vou odiar quem minha gente tá matando?
Aonde o erro é herdado, o meu ódio é humano
Lá que a bala reza baixo, o Estado prega o engano
Nos tiram como miséria que vai descer pelo cano
Tá na escrita sagrada, onde 30 era o ano
E pra humanidade, é normal crucificar um santo

Jogado no poço, na porta do Inferno
Eu não fui bem-vindo nem no Berço dos Culpados
Um Anjo vestindo trapos e o Diabo tá de terno
Olhos que viram a Morte tem o peso de mil pecados
Jogado no beco, entre ruínas, sem nome
Onde os Santos não fogem, te encaram com a fome
Querem me julgar? Cala a boca e só aceita
É o jeito que cê disse e à prazo que cê rejeita

É que eles me chamam de Anjo Caído
Buscando ódio e vingança num mundo fudido
Nasci no ventre da rua, sem nome e sem selo
Produ-Produto de um mundo que joga sonhos no gelo
Então, não me chama de herói, só luto em combustão
Meu grito é o Evangelho dos que varrem o chão
Filho do nada, neto da perda e irmão do despejo
No lixão do mundo, fiz da raiva o meu desejo

Então sai da minha, ô seu filho de uma puta
Do Céu para o Inferno, não lembro de crucifixo
Cê quer falar de igualdade? Você tá de brincadeira?
Se fosse igual, a Elite tava abraçada no lixo

Cada golpe que eu dou carrega um nome calado
Cada passo que eu dou é um Deus sendo apagado
Esse Paraíso é penado pra quem nasceu no concreto
Então eu trago o Inferno pra quem me julgou culpado

É que eu sou o Deus pra aquilo que cê joga fora
É que eu vejo arte onde negaram amor
É que eu sou esperança onde a tristeza mora
E não se esqueça que até no lixão nasce flor

Olhas esses pregos, eu faço virar uma Glock
Vivendo nesse mundo, entre monstros e bandidos
Não sei se te avisaram, mas deixa que eu aviso
Não tô preso com vocês, vocês tão presos comigo

É que o aço retorcido veste a pele da guerra
Lascas de vidro cortam mais que palavras na Terra
No óleo derramado, extraio o fogo clandestino
Retalhos do abandono costuraram meu destino
Metais enferrujados viram Lança de Silício
Madeira podre sustenta o Império do Precipício
No fedor da sarjeta, onde degradam o feio
E pensar que vocês não são tão diferentes assim?

No fundo do poço, esse é o Underground
Onde o topo é uma fraude que quer calar nossa voz
Vocês nos julgam um lixo, mas fazemos arte nisso
Tô começando a pensar que vocês têm medo de nós
Eu cresci do nada, e do nada, eu tenho tudo
Cortaram minhas asas, mas não tiraram meus sonhos
E eu fiz diferente do que vocês acham certo
Eu não sou um anjo, mas também não sou um demônio

E mesmo que eu caia
Vou destronar todos esses falsos reis
E mesmo que eu caia
Vão me pagar, vou quebrar suas podres leis

A revolta parte de baixo
Só me diga qual opção
Vocês me deram
Vivi o Inferno
Ódio por completo
Eu dito seus destinos
Sou o próprio decreto

A revolta parte de baixo
Só me diga qual opção
Vocês me deram
Vivi o Inferno
Ódio por completo
Eu dito seus destinos
Sou o próprio decreto

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