Eu não consigo ainda deixar de olhar
Pra toda essa situação
São histórias do que se criou
Dos traumas que tornaram-se em visão
Fazendo ver o mundo distorcido
Conforme toda projeção
E o não é o medo enganando a si mesmo
Disfarçado de razão
É que essa existência é bem mais sobre ser
Pilotada em restos de infância
Do que de fato parece ser
E os cortes tornam-se em algoz
Vêm como chumbo sobre nós
O peso do existir
E toda culpa se agrava
Nas palavras
E no ressentir
Ainda é difícil ter que aceitar
Ver estilhaços todos pelo chão
Das ruínas do que não se ergueu
Bem-vindo, caos
Foi tudo em vão?
Foi tudo em vão?
Mas quando a escuridão parecer mais densa
Pelas fissuras as luzes entrarão
E se há conexão realmente
Falar o que se sente jamais a destrói
Mas a verdade às vezes dói
E deixa tudo por um fio
E onde a dúvida corrói
Preencha-se os vazios
De coragem
Coragem
Se um dia a gente se encontrar
A porta pra você aberta estará
Pois eu nunca a fechei
E nem se fechará
Ainda espero pelo fim
Que é onde tudo
Você sabe
Tudo dá certo