Secando em nossos olhos
Não há nenhuma razão
Capaz de conter
Todo esse tom
E maio é quando ecoa
O sal de todo mar
Fissuras que se expôs
Nos fazendo naufragar
Com tanto sim
Um não cresceu
E nele a gente se prendeu
No voo que se perdeu
Do céu do teu olhar
Tempestade
Sem molhar
Da tela emoldurei
Tua imagem em mim
E de você sequei
Tua pele sonhei
Fiz do oceano poça
E da distância fiz lar
Mas maio é um ponto cego
Do campo do sorrir
É quando se colide
Na lateral do existir
Maio é um canto escuro
Da pausa de um refrão
Que nunca mais tocou
Na tua afinação
E eu lembro da tua voz
Da tua desafinação
Doce som
Doce tom
No voo que se perdeu
Do céu do teu olhar
Tempestade
Sem molhar
Da tela emoldurei
Tua imagem em mim
E de você sequei
Tua pele sonhei
Eu nada sei sobre a paixão
E acho que você também não
Maio é você
Você
Você
Você
Maio é você
Maio é seu livro ainda embrulhado