Cruza o verão, mormaceira
Com laço e mata-bicheira
Que Lua nas tardes largas!
Metendo aos pouco em rodeio
Os que vem novo de freio
Mas já bem manso coas garra
O outono regula o ano
Se cai a geada temprano
O campo sente, pois bem
Perde estado a cavalhada
Se defende a terneirada
No trevo e no azevém
Antes do meio do ano
A balança sem engano
Dá valor à produção
Terneiro cruza e pesado
Parelho e bem enlotado
Rende plata, como não!
Repasse, esquila, alambrado
Descole e banho de gado
Fazer cavalo no campo
A indiada pega parelho
E só quem chora é o arreio
Ai, ai, ai!
Sem domingo ou dia santo
Com o inverno chegando
Maio pra junho virando
Parição das Corredal
Pelo campo, as recorridas
Cuidando as rês mais sentida
Na volta do banhadal
Setembro e a primavera
E o serviço não espera
Despejando a terneirada
Olho vivo com novilha
Que vai dar primeira cria
Pra ajudar as trancadas
Repasse, esquila, alambrado
Descole e banho de gado
Fazer cavalo no campo
A indiada pega parelho
E só quem chora é o arreio
Ai, ai, ai!
Sem domingo ou dia santo