Acordei no chão, só poeira e dor
Mais uma linha, menos um amor
O espelho me encara, não sei quem sou
A alma grita, mas ninguém escutou
Prometi parar, jurei pra mim
Mas o branco me chama, sempre no fim
Meu corpo é prisão, minha mente, um furacão
E a vida escorre, feito sangue da mão
Eu tô gritando em silêncio, implorando pra sair
Mas essa droga me abraça, não me deixa fugir
Se essa for minha última canção, que leve meu lamento
Porque a dor que me consome já levou meu sentimento
A família distante, os amigos se foram
Sobraram memórias que já não confortam
Um sopro de vida num canudo sujo
E o abismo sorri enquanto eu me iludo
Se eu partir essa noite, não é por covardia
É só que a paz não veio, nem na luz do dia
Talvez Deus me escute, talvez não me veja
Mas aqui nesse pó, não existe igreja
Eu tô gritando em silêncio, implorando pra sair
Mas essa droga me abraça, não me deixa fugir
Se essa for minha última canção, que leve meu lamento
Porque a dor que me consome já levou meu sentimento
Se alguém me ouvir, se alguém lembrar
Que diga aos outros pra não se afundar
Essa vida é frágil, não dá pra brincar
E o que começa com festa pode te enterrar