Pintura inverossímil a lá Paris emoldurada em pranto e verniz
Vide à l'écran de Ogirdor Matisse
Consegues discernir se estou aqui, se já morri ou se estou por um triz?
É que eu me perdi em tantas
Matizes felizes que disfarçam grises
São crises tingindo raizes nas telas de um impostor
Seja bem-vinda ao meu ateliê
Sempre que eu puder, vou me esconder
Por trás de esculturas que modelam o abstrato do meu ser
Pois minha poesia é um vão, gélida e em decomposição
Eu sou uma lacuna ambulante dentro dessa exposição
Minha fidedigna arte é descarte, é destroço, é só ruína e pó
Um reflexo silente, um amor ausente, um poema sem voz
É morta e escrava da contradição
Seja bem-vinda ao meu ateliê
Sempre que eu puder, vou me esconder
Por trás de esculturas que modelam o abstrato do meu ser
Pois minha poesia é um vão, gélida e em decomposição
Eu sou uma lacuna ambulante dentro dessa exposição
Eu sou uma lacuna precisando reencontrar meu coração