Cê tem vergonha de ser
De fingir, de saber, de perder
De ganhar, de sentir
De chorar
De olhar para si
E saber
Que o que vê
Vai te olhar, né?
Mas quem é que te fez?
Quem te viu?
Quem te ouviu?
Quem sutil
E ardilosamente assentiu?
Hã?!
Que tudo isso te assusta?
Que tudo isso é você?
E tudo isso é você?
Tudo isso me assusta!
E tudo isso é você!
E tudo isso é você?
O seu silêncio já denota
Que o presente te sufoca
Que a vida faz sentido
E o sentido não te toca
Seu corpo nem se importa
Continua a morrer
Seus gritos
Nem dinheiro
Vão poder lhe convencer
Você é testemunha da sua própria morte
Como num espelho refletindo o norte
Um eterno turista nessa imensidão!
E vai deixar que eles te peguem, ladrão?
Você nem se ouviu
Você nem sentiu
Tudo o que passou
Foi muito pior
Eu presenciei!
Eu que tava lá!
E você é quem?
Tu que se projetas
Do inconsciente
Trazendo ideias
Que nem tinha em mente?
Mostrando a vida
Sentindo a morte
Envolto em trevas
Perdi meu norte! (Norte!)
E tudo isso é você
Nada disso me assusta
Sou tudo isso em você