O crime te oferece a rua, frevo, Mercedes-Benz. A droga te alucina e faz escravo de quem? Só bebe Johnny Walk, rasga nota de cem. Transforma em bandido quem nasceu refém. Não tem glamour na cena, aqui o filme é triste: tiros, morte, sirenes de polícia no DF. Tá assim, crime dominou tudo. Saúde tá precária, educação é falha. Segurança nem se fala, só existe pros canalha.
Propaganda, publicidade, maquiando a realidade. Nossos governantes são um bando de covarde. O que tá na reta é sempre o lado mais fraco. Pode morrer de tiro ou num leito abandonado. Povo virou refém do crime organizado. Não me refiro ao tráfico e sim à máfia dos engravatados. O crime vai, o crime vem, mas essa porra de roteiro não muda a vida de ninguém.
Manifestação do povo, hoje é criminalizada. Repressão policial defende o Estado que mata. Fonte de descarrego na caneta. Me liberto pra pessoas como você possam entender, entender meus versos. O crime te oferece a rua, frevo, Mercedes-Benz. A droga te alucina e faz escravo de quem? Só bebe Johnny Wall que rasga nota de cem. Transforma em bandido quem nasceu refém.
Pra que falar de amor onde só vejo ódio? Planeta, terra, gíria, a gente no mesmo lugar. Dando murra em ponta de faca sem saber onde vamos chegar. Fogo consome a vela, fumaça se atenua. Mais uma noite escura, escreva admirando a lua. Tardes entardecidas, reflete meu corpo cansado. Labutas do dia a dia, feridas do passado.
Chuva molha meu telhado, escorre no asfalto cinzento. A cada hora que passa, um dia de sofrimento. Busco força na palavra de um homem chamado Jesus, pra que no alvorecer do dia, consiga carregar minha cruz. Já fui criado na rua, mas hoje só observo. De longe, só telando a conduta dos pivete. No dialeto, meu código de identidade. A rua hoje faz festa, tem baile na cidade.
O crime te oferece a rua, frevo, Mercedes-Benz. A droga te alucina e faz escravo de quem? Só bebe Johnny Wall que rasga nota de cem. Transforma em bandido quem nasceu refém.